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MTG busca novos tradicionalistas

Aos 7 anos, Daniela Lucas Brocardo é uma exceção entre as crianças da sua idade. Moradora de Encruzilhada do Sul, a menina é assídua frequen...

Aos 7 anos, Daniela Lucas Brocardo é uma exceção entre as crianças da sua idade. Moradora de Encruzilhada do Sul, a menina é assídua frequentadora do CTG, lugar que aprendeu a conhecer por incentivo dos pais desde os 3 anos. Ela também é uma esperança em torno da preservação das tradições gaúchas.

Adolescentes e crianças como Daniela se tornaram alvos de um trabalho coordenado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que busca pessoas para atuarem em defesa dos hábitos do povo rio-grandense e também serem os futuros líderes culturais do Estado.

A proposta começou a ser difundida de forma mais intensa nos últimos dez anos, quando os próprios dirigentes do MTG se deram conta de que estavam envelhecendo e seria necessário manter acesa a chama da tradição entre as gerações mais jovens. Criado em 1947, após o término da Segunda Guerra Mundial, o movimento é considerado hoje o maior do gênero no mundo. Estima-se que pelo menos 80 mil pessoas estejam envolvidas nas atividades realizadas todos os anos. E é para manter essa força que os atuais líderes trabalham.

No último sábado, em Santa Cruz do Sul, foi realizada a fase regional da 41ª Ciranda Cultural de Prendas e o 23º Entrevero Cultural de Peões, que elegeram os representantes da 5ª Região Tradicionalista (RT), com sede no município. Durante o evento, que contou com provas sobre tradições gaúchas, folclore, história, geografia e aspectos gerais, jovens puderam demonstrar o que sabem sobre o povo gaúcho. Os classificados vão representar a RT em atividades culturais realizadas em outras cidades ao longo de um ano.

esperança

“Ações como essa representam um esforço do MTG para dar continuidade às tradições. Hoje se nota redução no número de participantes de CTGs e promoções do gênero. Por isso queremos formar esses futuros tradicionalistas.” A opinião de Odilon da Silva Dias, conselheiro do MTG, demonstra a preocupação com a continuação do grupo. Ele reconhece que os jovens estão muito seduzidos pelas novas tendências e tecnologias. “Há aqueles que consideram a tradição gaúcha algo grosseiro”, observa.

Mesmo sabendo que os tempos mudaram, Dias salienta que não é possível alterar as propostas do MTG. Ele tem posição firme ao falar que devem ser mantidas cobranças como o uso da pilcha ao estilo tradicional e também o uso da indumentária completa em fandangos. Inclusive, no sábado à noite, o encontro realizado no Parque da Oktoberfest só permitiu que pessoas devidamente trajadas pudessem dançar, justamente para não deixar o costume de lado.

Tradição com proposta social

A dança, a música e os costumes gaúchos não são as únicas metas do MTG. A análise é do coordenador da 5ª RT, Luís Clóvis Vieira. “A sociedade não faz ideia da importância do tradicionalismo na economia e também na prevenção ao consumo de drogas e violência”, salienta. A análise do coordenador está baseada na observação em torno do comportamento dos participantes dos grupos artísticos e culturais. “O jovem que está no CTG não se rende à violência”, complementa.

Para disseminar esse tipo de informação, os tradicionalistas do MTG procuram visitar escolas e comunidades, onde realizam palestras na tentativa de congregar mais integrantes. Eles sabem, no entanto, que isso não é simples. “Vem quem quer e quem gosta”, acrescenta Dias. E é por isso que diariamente, em todos os cantos do Rio Grande do Sul, são realizadas atividades que ressaltam os ideais do gaúcho junto aos jovens e à comunidade em geral.

do jornal Gazeta do Sul

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