Grid

GRID_STYLE
FALSE
TRUE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Últimos chasques

latest

Entrevista com Juarez Machado de Farias

Essa semana, proseamos com Juarez Machado de Farias, advogado, poeta e radialista, da cidade de Piratini. De Paysano, Para Paysano: Onde ...

Essa semana, proseamos com Juarez Machado de Farias, advogado, poeta e radialista, da cidade de Piratini.


De Paysano, Para Paysano: Onde nasceu? Onde mora?

Juarez M. de Farias: Na Costa do Arroio Barrocão e do Rio Camaquã, bem no encontro dessas duas águas, no 3º Distrito de Piratini. Moro desde que concluí o Curso de Direito em Pelotas, em 1997, na cidade de Piratini, atualmente, na Rua General Neto nº 10, Centro. Aliás, me orgulha muito morar num lugar com o nome deste valoroso brasileiro e gaúcho.

 De Paysano, Para Paysano: Qual a tua maior saudade?

Juarez M. de Farias: Da ingenuidade da infância quando o tempo era mágico e permeado com conversas com amigos imaginários ou invisíveis.

De Paysano, Para Paysano: O que te fez começar a escrever (musicar, interpretar)? Qual a primeira letra (letra musicada, Interpretada, lembra)?

Juarez M. de Farias: Minha saudosa Professora MARIA LÚCIA MACHADO DA ROSA foi quem me estimulou a escrever a partir de uma redação – que ela chamava “composição” – que fiz sobre Tiradentes. Ela leu e disse mais ou menos assim: “Juarez, tu podes ser um escritor.” Essas palavras foram determinantes para que eu começasse a ler sobre poesia naquela precária escolinha de madeiras verdes de nome Machado de Assis que nem biblioteca possuía mas tinha um tesouro de educadora. A primeira letra musicada acho que foi por Leonardo Oxley Rodrigues quando eu estudava no CAVG (Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça) que ainda continua inédita. A primeira letra gravada foi na 5ª Vertente da Canção Nativa, em dezembro de 1994, em Piratini, intitulada “Sem Água Pro Mate”, musicada por Joca Martins e interpretada por Flávio Hanssen.

De Paysano, Para Paysano: Tua maior influência?

Juarez M. de Farias: Luiz Coronel, Apparicio Silva Rillo, Jaime Vaz Brasil, Sérgio Napp.

De Paysano, Para Paysano: O que mais fala sobre ti? Por que? Um verso de autoria tua ou não, que fale de ti.

Juarez M. de Farias: “No mais, eu não mudei, ainda canto/milongas num violão que é mais um vício/e busco na janela a inspiração/falando de um galpão neste edifício” – uma estrofe da letra Guri do Campo, musicada por Diego Espíndola, porque é o meu retrato. Minha essência é a simplicidade do campo mas sou urbano, irremediavelmente, urbano por força das profissões de advocacia e radialista.

De Paysano, Para Paysano: Tua melhor letra, a que tens o maior carinho? (Mandar a letra, se possível)

Juarez M. de Farias: “Se Marx fosse peão” é um poema que me traz muitas alegrias. Até um juiz  em uma vara do Trabalho de Joinvile, Santa Catarina, usou o poema para fundamentar sua decisão. Quem quiser conferir, o endereço é endereço eletrônico http://sintrajusc.blogspot.com/2008/05/se-marx-fosse-peo.html.

Mas eu destaco muitas outras como “Florecita” com Joca Martins, “Velho João Esquilador” com Fernando Mendes, “Aviso” em parceria com Valdir Verona.

De Paysano, Para Paysano: Qual pensamento que teve quando escreveu?

Juarez M. de Farias: Cada poema/letra que escrevo tem razões muito emotivas e reais. Quando comecei a escrever, eu tinha um desespero em produzir muito mas, de uns tempos pra cá, acho que amadureci e me tornei mais comedido em quantidade para buscar textos mais concisos mas fortes.

De Paysano, Para Paysano: O que acha dos nossos festivais? Teus melhores amigos (dentro da música)?

Juarez M. de Farias: Se não existissem os festivais, minha história seria outra e os meus melhores amigos talvez não teria encontrado nessa vida. Quantas risadas, lágrimas, histórias incríveis eu vivi por causa dos festivais nativistas. É – e será sempre pra mim! – um mundo mágico. Recentemente, ganhei do Poeta José Carlos Batista de Deus uma sacola com vários livros de festivais desde as primeiras edições da Charqueada de Pelotas até os mais recentes. É um presente com um valor imenso. Agradeci muito ao Batista.

Foi difícil entrar no meio da música?

Juarez M. de Farias: Sim. O primeiro festival de que participei foi a VI Jerra de Santa Vitória do Palmar. Era uma música minha e do Joca Martins – “Estampa De Um Livre” – que ele interpretou. Não foi pro disco e foi uma grande tristeza pra mim que estava começando. Teimei muito até começar a participar em discos.

De Paysano, Para Paysano: O que sente, quando as pessoas cantam as tuas músicas?

Juarez M. de Farias: É uma emoção que se mistura com a ideia de que a arte deve ser socializada.Assim também ocorre com os poemas de minha autoria, como, por exemplo, “O Forneiro E O Porteirão”, declamado em muitos concursos do meio tradicionalista por crianças e jovens que nem conheço. Às vezes, procuro na internet gravações e citações das minhas obras e fico feliz pois acho bastante ressonância do meu trabalho que é, essencialmente, muito simples.

De Paysano, Para Paysano: Com quem escreveria um verso?
Juarez M. de Farias: Com Mário Barbará, um dos meus ídolos. Ele mesmo poderia cantar com aquela voz tímida mas sentimental e autêntica.

De Paysano, Para Paysano: Qual a tua rotina?
Juarez M. de Farias: De segunda-feira à sexta-feira, acordar às 04h20min para apresentar o programa “Canto dos Livres”, ou seja, MADRUGAR mesmo. Com muito chimarrão e emoção. No sábado, às 05h20min, para apresentar o programa “Amanhecer Em Cacimbinhas” – ambos pela Rádio Nativa FM de Piratini, que podem ser sintonizados em www.nativafmpiratini.com ou no rádio – FM 93.9.Voltar pra casa (sou muito caseiro) e trabalhar em poesia e advocacia pois meu escritório é na minha própria residência.

De Paysano, Para Paysano: O momento em que os versos nascem, momento que te inspira?
Juarez M. de Farias: Qualquer momento. Quem se pretende poeta ou compositor tem de estar sempre inspirado. Inspiração e transpiração: essa dupla é o segredo da boa arte.

De Paysano, Para Paysano: Pra quem está começando, qual é a dica?
Juarez M. de Farias: Ler muito e escrever muito, mostrar o que escreve para pessoas do meio.

De Paysano, Para Paysano: Fala um pouco do seu ultimo trabalho.
Juarez M. de Farias: Tenho uma parceria com Fernando Mendonça Mendes – desde os idos de 1990 – e fiquei muito feliz com a edição do seu disco “O CANTO SIMPLES DA ALMA” que leva o nome de uma letra minha musicada e interpretada por ele, a qual foi feita num festival para convidados no interior de Canguçu, o Paradouro do Minuano. Valdir Verona gravou “Irmão Violeiro” e está a levar meus versos pra todo o Brasil, inclusive fora dele. Inclusive, já se apresentou no programa “Sr. Brasil” com Rolando Boldrin, oportunidade em que cantou a nossa música “Aviso”. Jorge Guedes e Família gravaram a minha letra “Anjo e Flor”, uns versos que fiz a pedido de um grande amigo que tenho – ADILSON QUADRADO VIANA (de Jaguarão mas que mora em Bagé ) – para sua esposa ZICA. É uma letra que fala de uma mulher carinhosa, verdadeira mas também tem um apelo universal pela PAZ. Enfim, estou em plena atividade.

De Paysano, Para Paysano: Sobre o que não foi perguntado, gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
Juarez M. de Farias:  Acho que tudo foi perguntado para esta ocasião feliz em que me permito refletir sobre meu fazer-poético. Resta-me agradecer essa deferência que me fazes e desejo  que o DE PAYSANO PRA PAYSANO continue pois já é uma fonte de pesquisa para os programas de rádio que produzo. MUCHAS GRACIAS!


De Paysano, Para Paysano: Obrigado, Juarez, pelo carinho e disponibilidade em responder nossas perguntas. Sucesso!



por Rafael Mota Altenburg
Fonte: blog De Paysano, Para Paysano!

Nenhum comentário