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A Pajada é o primeiro bem cultural reconhecido como Patrimônio Imaterial do Mercosul

Pajadores de diversos países no encontro com a Ministra da Cultura argentina - Tereza Parodi A pajada foi reconhecida como Patrimônio I...

Pajadores de diversos países no encontro com a Ministra da Cultura argentina - Tereza Parodi

A pajada foi reconhecida como Patrimônio Imaterial do Mercosul, em recente reunião dos representantes dos Ministérios de Cultura dos países formadores do Bloco, acontecida no dia 18 de junho deste ano, em Brasília, capital federal do Brasil. A demanda partiu das autoridades culturais da Argentina e do Uruguai e a concordância dos demais países.

O êxito dos pajadores acontece depois de seis anos de trabalho de convencimento. Esta intenção teve início na cidade de Casablanca no Chile, em 2008, quando o pajador brasileiro Paulo de Freitas Mendonça sugeriu, em reunião almoço, aos demais improvisadores presentes que trabalhassem juntos para que a Unesco reconhecesse a poesia oral improvisada como Patrimônio Imaterial da Humanidade. A partir de então alguns pajadores do sul da América começaram a fazer nas suas comunidades um trabalho de convencimento.  

Em seguida, as autoridades de San Vicente, na Província de Buenos Aires, Argentina, criaram uma lei municipal determinando a “payada” como patrimônio imaterial da cidade, assessorados por David Tokar, que se encontrava no Chile em 2008 e por Luis Genaro, também pajador, ambos residente naquela cidade. A partir deste momento, o diretor de cultura de San Vicente, Javier Carbone, abraçou a causa e levou a proposta a âmbito nacional. Em 02 de março de 2013, na tarde do dia em que acontecia o Encontro de Pajadores de San Vicente, houve uma primeira reunião com os pajadores da Argentina, Uruguai e Brasil, a equipe cultural da cidade e os representantes do Ministério da Cultura da Argentina. Porém, antes disso, em abril de 2012, aconteceu na cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, um seminário, coordenado por Edgardo Muscarelli, para tratar do assunto em âmbito planetário, gerando um documento denominado Carta de Montevidéu, que posteriormente foi aporte importante para o êxito da intenção. Em abril deste ano de 2015, o Ministério da Cultura da Argentina promoveu o primeiro Encontro de Pajadores do Mercosul e chamou aos improvisadores de seis países para mais uma reunião de trabalho. Foram recebidos pela ministra Teresa Parodi que demonstrou interesse em fazer o processo andar. Em maio de 2015 aconteceram duas reuniões das autoridades culturais dos países do Mercosul, no Brasil, uma em Porto Alegre e outra em Jaguarão, culminando com a terceira reunião em território brasileiro. Esta foi em Brasília no dia 18 de junho, quando o acordo foi firmado consagrando a pajada como o primeiro bem cultural a ser considerado como patrimônio imaterial do Mercosul.   Participaram desta reunião, pela Bolivia, Marko Machicao; pelo Brasil, Juca Ferreira; pelo Chile, Ernesto Ottone; pelo Paraguai, Mabel Causarano. Representando a ministra da Cultura da Argentina, Teresa Parodi, esteve a diretora nacional de Política Cultural e Cooperação Internacional, Mónica Guariglio. Pelo Ecuador, esteve presente o embaixador no Brasil, Horacio Sevilla Borja e pelo Uruguai, o secretario da Embaixada em território brasileiro, Pablo Gorosito. Também participou pela Secretaria do Mercosul Cultural, Carolina Patrone.

 Foram importantes para a consagração da pajada como arte comum aos países do sul da América, as leis que oficializam o Dia do Pajador. No Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul, o Dia do Pajador Gaúcho é oficializado por lei o dia 30 de janeiro, em homenagem a data de nascimento de Jayme Caetano Braun. No Uruguai o Dia Nacional do Pajador é 24 de agosto, Em homenagem a data de nascimento de Bartolomé Hidalgo, considerado o primeiro poeta da pátria. Na Argentina, o Dia Nacional do Pajador é 23 de julho em memória à pajada entre o oriental Juan Nava e o argentino Gabino Ezeiza, acontecida neste dia no ano de 1884, em Montevidéu. O Chile ainda não consegui oficializar sua data, porém comemora-se extraoficialmente no dia 24 de julho, em memória o contraponto entre Javier de la Rosa e Mulato Taguada, que teria durado dois dias com suas noites.

O esforço conjunto dos pajadores do sul da América e o engajamento de algumas autoridades culturais dos países formadores do bloco resultam no êxito do processo e a pajada se torna o sinuelo de outros bens imateriais que possam se tornar patrimônio imaterial do Mercosul. Nada mais justo, porque o improviso é o nascedouro da arte autóctone do território pampiano, antes da definição das fronteiras, quando este território era habitado por maioria de povos àgrafos.


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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