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Vinícius Brum: "Lá no céu de Aldebarã"

Foto: Emílio Pedroso / Agencia RBS Algumas trajetórias humanas, pela intensidade das ações que desenvolvem e pela excelência das contri...

Foto: Emílio Pedroso / Agencia RBS


Algumas trajetórias humanas, pela intensidade das ações que desenvolvem e pela excelência das contribuições que deixam, são praticamente impossíveis de abarcar numa brevíssima reflexão com esta.

Antonio Augusto Fagundes é uma dessas personalidades que marca com o ferro em brasa de sua sabedoria, de forma definitiva, o couro da cultura popular. Viveu apaixonado por essa efervescência cultural.

Pesquisou, catalogou, criou, empreendeu reflexões. Foi o bardo rústico e foi o filósofo. O poeta e o cantador. Pendulou entre os galpões e as grandes salas do mundo com a mesma simplicidade e altivez — de alpargatas barbudas ou de botas lustras.

Nos últimos 50 anos, se desfolharmos página por página do nosso humano e sulino livro, haveremos de encontrar em cada uma um tantinho do Nico: historiador, antropólogo, folclorista, compositor, escritor, político, apresentador de televisão, radialista. Incursionou pelo teatro e pelo cinema. Dedicou sua atenção e amizade a anônimos peões de campo e a reconhecidas personalidades públicas.

É de sua autoria um dos maiores sucessos populares surgidos no movimento dos festivais nativistas. Canto Alegretense, canção surgida no início dos anos 1980, tornou-se um hino de amor à terra. Tanto que, mesmo aqueles que não tem suas raízes na cidade de Alegrete, a cantam como reverência ao solo natal.

Agora, como os potros, Nico virou a cabeça para os pagos e se foi para as margens do Ibirapuitã da querência eterna. Foi ver o sol alegretense entardecer. O Rio Grande do Sul está anoitecido.

Num dos seus inúmeros poemas, com aquela sempre lucidez visionária e imagética dos sensíveis, certa feita cantou: "Quando morrer vou direto para o céu de Aldebarã!", contava que lá havia um céu campeiro especial.

E mais: "Quando Deus me tirar o freio e eu for amassar milhã, vou chegar lá de a cavalo, seguindo o canto de um galo nas nuvens feitas de lã. Se tu não fores comigo, como eu acho que é direito, te espero de mate feito, no meu céu, em Aldebarã."

Espera, amigo Nico Fagundes, aí no teu céu especial! Já, já estaremos chegando para mais uma roda de mate, canto e viola. És credor da nossa eterna dívida de amor e gratidão.


Fonte: Portal ClicRBS

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