Aninha Pires leva até filho de 11 meses para shows durante mês de setembro (Foto: Arquivo Pessoal) Se antes a média de shows era de ci...
Aninha Pires leva até filho de 11 meses para shows durante mês de setembro (Foto: Arquivo Pessoal)
Se antes a média de shows era de cinco a seis por mês, durante setembro o número de apresentações de artistas nativistas praticamente triplica. A agenda movimentada, característica da Semana Farroupilha, já fez com que Érlon Péricles viajasse mais de 700 km em 24 horas entre Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e Gramado, na Região da Serra. Apesar da rotina apressada e cansativa, os músicos comemoram o aumento de trabalho.
“Brinco que é o 13º salário do gaúcho”, contou ao G1 Péricles.
Com 42 anos, 26 deles dedicados à música nativista, o músico revelou já ter cerca de 20 shows confirmados durante o período neste ano. Para conseguir aguentar a maratona de viagens e noites mal dormidas, ele conta com a boa alimentação e a água para manter a voz e espantar o cansaço. Por ter uma estrutura pequena, consegue levar instrumentos, músicos e o técnico em uma única caminhonete.
“São nove dias que a gente vai estar na estrada neste ano. Temos que nos concentrar, dormir o máximo possível. As viagens são mais longas e, com a equipe um pouco menor, fica melhor o carro menor. Se viaja mais tranquilo, revezamos”, explicou Péricles.
Entre as empreitadas que enfrentam nas estradas do estado, uma delas quase cancelou um show. Acomodados em Santana do Livramento, na fronteira, tinham uma apresentação marcada para as 20h em Quaraí, município distante 100 km, e outra de volta em Livramento, às 23h30.
“Antes de sair, abasteci um pouco, coloquei uma quantia em dinheiro razoável que sabia que seria suficiente para esse trajeto. Mas, quando estávamos voltando para Livramento o ponteiro acionou a reserva. Achei estanho, desligamos ar, tudo, mas conseguimos chegar”, recordou.
No outro dia, passaram no mesmo posto de combustíveis para encher o tanque antes de partirem em viagem. “Deu um tempo e o carro apagou. Descobrimos que a gasolina era adulterada, acabamos saindo da cidade à tardinha. O cara da oficina me mostrou e parecia um xarope de groselha. A sorte é que coincidentemente tínhamos um dia de folga entre os shows”.
Para as mulheres, além das questões estéticas, que nem sempre recebem o mesmo carinho na pressa entre as viagens, os filhos também entram na lista de preocupações. A cantora Aninha Pires, de Rio Grande, no Sul do estado, tem um bebê de 11 meses. O pequeno Mariano acaba acompanhando a mãe até nos shows.
“Quando é mais pertinho de casa o pai vai junto, e aí ele fica com o pai”, apontou.
Cantor nativista Érlon Péricles já fez mais de 700 km em 24h (Foto: Divulgação/Érlon Péricles)
Incentivada desde cedo a gostar das tradições do estado, a criança já veste até a pilcha. “Além da carreira de cantora também sou professora, mas é claro que acredito que quem trabalha e depende da imagem aprende a se virar. Quando não dá tempo, a gente faz o cabelo, dá um jeitinho antes do show e pega estrada”, contou.
Para poder ter mais sossego, ao contrário de Érlon, Aninha prefere contratar serviços de viagem para dormir entre uma cidade e outra. “Nossa agenda triplica, fica lotada quase todos os dias da Semana Farroupilha”, completou.
Fonte: Portal Rio Grande do Sul junto ao G1
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