Grid

GRID_STYLE
FALSE
TRUE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Últimos chasques

latest

Vídeo: Declamação Prenda Mirim - Isabelly komiak

Pranto y despedida de Um Avô Caudilho Para: Albino Redü   Pranteou os olhos dos teus Netos... Pranteou os olhos dos teus Filhos... E nã...



Pranto y despedida de Um Avô Caudilho
Para: Albino Redü
 
Pranteou os olhos dos teus Netos...
Pranteou os olhos dos teus Filhos...
E não foi por causa do ar fumacento,
Dos cernos de curunilha, que viravam tições.
E nem do guarda fogo, ainda aceso,
Junto à terra quente, levantando cinzas.
Pranteou os olhos dos teus netos...
Também não foi por causa de algum amor desgarrado,
Ou por algum espinho encravado, no coração apaixonado,
Ou pelo olhar matreiro, de despedida, de alguma dona...
Calou-se a voz do violão tão presente e pontual
Quando deixavas invadir a alegria no teu galpão.
O mudo som do silêncio agora te faz companhia.
Pranteou os olhos dos teus amigos...
Aqueles que ainda estão entre nos,
E os outros também...
Pranteou os olhos, e a alma dos teus Netos...
Que ainda apreendiam com tuas historias...
Que dobravam rumos, na imensidão dos destinos...
Sempre gastando alpargatas, atrás dos sonhos viajeiros.
O gosto doce que tua voz produzia,
Hoje deu lugar ao amargo mais amargo,
Que mate virado, cevado com erva caúna...
Pranteou os olhos, também daqueles,
Que mal te conheceram, talvez por solidariedade,
Ou por se encontrarem junto a ti...
Nalguma resteva, de lembranças quase olvidadas,
Onde ficaram teus sonhos que agora voaram também...
E os acampamentos, em noites frias de rigor?
Tudo ficou pra traz, pra o tempo que tudo consome...
Pranteou e embargou a voz da tua família...
...Quando tua voz antiga resssonava entre nos...
Quisera ter nascido antes, muito dantes, das auroras...
Pra te ver casar, sonhar em ser feliz.
Pranteou o dia em memória consagrado a ti...
Prantearam os olhos dos teus Netos, uns pertos, outros longes...
  
Não pelo alegre reencontro, depois dos anos a fio,
Mas sim pelo silêncio do teu assovio...
Pranteou os olhos, turvando-lhe a imagem,
Como se afogassem numa lagoa adocicada,
Feita de lagrima e escuridão
Deixando apertado o meu coração...
Pranteou o mate que em derredor do fogo,
Chimarreava quase sempre solito...
...Por vezes algum Neto a tua volta, ou algum filho,
Certo mesmo era o teu pito...
Que entendia das tuas campereadas pelos campos do pensamento.
Dos teus pertences, o que me importa...
Agora de nada valem, sem o manuseio do seu dono...
Pranteou os olhos da tua família,
Naquele Quarto-Minguante de junho...
Das tuas historias, estas sim, levarei a diante;
E espero o dia de reencontrar-te
Pelas dobras da vida, ou pelos atalhos do pensamento...
Pra que enxugues a cuia desta existência,
E faça um mate novo, com o calor da tua mão,
Trazendo novas achas de esperança e calmaria
Pra este coração quinchado, de saudades tuas...
Pranteou os olhos dos teus Netos...
Pranteou os olhos dos teus Filhos...
Na lua da tua partida...

Alan Otto Redü

Nenhum comentário